1 – Como surgiu o convite para ser treinador dos Juniores da ACR e quais os objectivos que lhe foram propostos?
O convite surgiu através do mister Canavarro, porque era ele que estava a orientar a equipa. Eu confesso que num treino que fizemos contra os juniores, reconheci grande talento na equipa, e como surgiu o convite eu nem pensei duas vezes.
Quanto aos objectivos, não eram muito exigentes. Apenas pediram para fazer o melhor possível e tentar obter um grupo muito unido, visto haver alguma indisciplina, mas que a meu ver até é normal em equipas de camadas jovens.
Mas julgo que em termos de união de grupo e disciplinares as coisas melhoraram.
2 – Sente que, no momento em que tomou conta da equipa esta estava a jogar dentro das suas reais possibilidades?
Essa pergunta é um pouco difícil, porque a equipa estava a jogar o seu melhor dentro do modelo que tinham preconizado para os jogadores. Como defendo outro modelo, tentei dentro do possível tirar partido das qualidades dos jogadores para os adaptar ao que pretendia, e no inicio havia alguma questões que se tiveram que mudar, mas julgo que isso acontece com todos os treinadores, cada um tem a sua maneira de treinar e de ver o jogo.
3 – Quanto tempo demorou a moldar a equipa à sua imagem?
Tenho noção que a equipa, ainda, não está como eu gostaria, mas claro que isso seria impossível, uma vez que como entrei com o comboio em andamento e tínhamos que nos preocupar com os resultados. Tentei melhorar alguns aspectos e transmitir alguma da minha experiência como jogador em certos aspectos de jogo. Claro que seria muito mais fácil se tivesse no comando da equipa na pré-época, que para mim serve para trabalhar o modelo de jogo. Embora para muitos os jogos treino são para ganhar, para mim o resultado nada significa, mas sim para ver o potencial dos jogadores e ver os que ficam mais familiarizados com o que se pretende, ver a sua evolução ou não até ao inicio da época.
4 – Após ter realizado, nas últimas jornadas, da fase regular uns resultados menos bons, continuou a acreditar que os juniores iriam ter sucesso?
Sim, porque esses jogos foram aproveitados como uma mini pré-época, já que tínhamos assegurada a participação na Fase dos Primeiros, tinha que me aperceber melhor o que precisava para ter uma equipa mais competitiva e concentrada. E eu próprio transmiti aos miúdos que esses jogos seriam para treinar e que os resultados não me interessavam, só assim poderíamos “atacar” a Fase dos Primeiros com toda a força.
E que assim seria possível alcançar o que alguns não acreditavam, mas eu nunca tive dúvidas.
5 – Como foi possível obter a performance na fase dos primeiros?
Como mencionei anteriormente, tentei transmitir aos jogadores que os jogos que restavam da fase regular seriam para eu os conhecer melhor e que sabia que era difícil para eles ter um treinador que lhes dizia que o resultado não interessava, mas julgo que eles perceberam na perfeição, e prova disso foi a conquista do nosso objectivo.
6- Após a derrota na Gafanha sentiu que a sua equipa podia vir a perder moral e desacreditar no sucesso?
Não, e os jogadores não me deixam mentir, porque no fim desse jogo disse-lhes que continuávamos em primeiro e que todos gostariam de estar no nosso lugar.
7 – Algum nervosismo na partida frente ao Beira Mar, em Lordelo, pode ter condicionado a capacidade da equipa, sobretudo em termos de concretização?
Era o jogo do tudo ou nada, e nós tínhamos a nosso favor o resultado em Aveiro, sabíamos que o Beira-Mar entraria com tudo para ganhar pelos golos que lhe dessem o titulo.
Na primeira parte tivemos bem, na segunda, é normal com o decorrer do jogo a equipa que está a um passo de se sagrar campeã (bi-campeã) comece a pensar nessa possibilidade e não esteja com a concentração máxima, e realmente passamos por alguns calafrios, e o Beira-Mar foi um digno adversário.
Os meus parabéns aos jogadores e equipa técnica do Beira-Mar.
8- O que espera da fase nacional?
Eu da fase nacional espero que a equipa dê ainda uma resposta, muito, positiva, uma vez que entramos mal nesta fase.
Na partida frente ao Manteigas tivemos o jogo na mão e fomos surpreendidos. Sinceramente nunca pensei empatar aquele jogo, mas o futsal é isto mesmo.
O segundo jogo em Nelas, não fomos a equipa que podemos ser, e realmente foi um dia muito mau, mas há dias assim.
9- Como é possível uma equipa que é campeã não levar jogadores à Selecção de Aveiro?
É um pouco estranho, mas não me quero alongar sobre esse assunto, apenas quero fazer o meu trabalho com estes jovens da A.C.R.
A eles apenas digo que trabalhem e que esperem, porque quem espera sempre alcança.
10 – Sente dificuldades ao ser treinador dos juniores e jogador dos seniores?
Não, é um pouco cansativo, mas como quem corre por gosto não cansa.
11 – Quer deixar alguma mensagem?
Quero apenas dizer aos meus jogadores que têm grande talento e que ainda é possível fazer algo de bonito nesta fase, por vezes os maus resultados trazem à tona algo de bom, como a união e a força de uma equipa.
É o que espero.
1 comentário:
Assim é que é, grande abraço...
Marcelo #8
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